Poemas e Poesias

A boca que me beijou Cuspiu com nojo de mim

Não consigo acreditar
No que fez essa donzela
Dei minha vida por ela
A levei para um altar;
Dei um nome, dei um lar
Rodeado de jardim
Pensei de nunca ter fim
Mas tão depressa acabou
A boca que me beijou
Cuspiu com nojo de mim.

Ela me deu tanto beijo
Com aquela boca meiga
Beijo de sabor manteiga
E goiabada com queijo;
Fingia sentir desejo
Na caminha de capim
Do beijo sabor pudim
Só a lembrança restou
A boca que me beijou
Cuspiu com nojo de mim.

Entreguei meu coração
A uma mulher fingida
Que brincou com minha vida
Sem a menor compaixão
Hoje afogo a solidão
Em uma taça de gim
Vivo só no botequim
Desde que ela se mandou
A boca que me beijou
Cuspiu com nojo de mim.

Mote: Mané Xudu
Glosas: Léo Medeiros
Sobral, 27/10/2007.

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