Cordel

Minha alma matuta foi gerada nas entranhas do ventre do Sertão

Mote decassílabo

Fiz chuveiro das telhas da biqueira,
Botei canga em pescoço de cabrito,
guardei roupa em pitôco de cambito
E peguei peixe de mão na cachoeira,
Trabalhei no moinho e na peneira,
Pilei cuias de milho no pilão,
Assei tripa na trempe do fogão,
Botei água em jumento e fiz cocada,
“Minha alma matuta foi gerada
Nas entranhas do ventre do Sertão”
(Zé de França)
Poeta Zé de França – Foto: Reprodução Facebook
Capinei com enxada tramontina
Amancei burro brabo com chicote
Da cacimba tirei água pro pote
Derrubei ribaçã com lazarina;
As bicheiras tratei com criolina
Em orelhas de gado e de barrão
Quando a chuva batia no torrão
Eu dizia: que terra abençoada
“Minha alma matuta foi gerada
Nas entranhas do ventre do sertão”
  (Léo Medeiros)
Minha alma matuta foi gerada Nas entranhas do ventre do Sertão
Léo Medeiros
Mote: Muito cantado pelos imortais Valdir Teles e João Paraibano.
2.018

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