Ontônia de Carabina
Ontônia de Carabina
Ô peste linda do cão
Os zoiá dessa minina
Parte quarqué coração
Parece inté o luá
Quilariano um pumá
Em noite de escuridão.
Ontônia de Carabina
A razão dos meus pecado
Quano ela passa por eu
Cum seu andá balançado
Eu sinto um calor nas mão
E no peito um frivião
passo o dia intrapaiado.
Ontônia você me mata
Cum essa sua foimosura
Cum essa boca rosada
Feito uma fruta madura
O seu coipo aguduxado
Dá pareça dum roçado
Em ano bom de fartura.
Ontônia eu quiria sê
O maió dos feiticêro
Mode eu sê seu travessêro
Numa noite de drumida
Veno vosmicê vistida
Cum seu coipete de pano
Pr’eu ficá arreparano
As suas foima nutrida.
Mas como eu num sei fazê
Nem magia, nem caboje
Você dos meus braço foge
Omentando a minha dô
Mas tenho fé no sinhô
E na Virge Imaculada
Qui tu um dia marvada
Arrepara meu amô.
Sobral, 26 de dezembro de 2003.
Poesia de Léo Medeiros, presente
no CD Minha terra, Meu Sertão.