Respondendo o amigo poeta Wellington Vicente em recados no Orkut
Fiz um dia alguém chorar
Pela minha ingratidão
As lágrimas que eu vi cair
Fizeram um rego no chão
Hoje formam um olho d’água
Dentro do meu coração.
(Wellington Vicente, Porto Velho. 09/07/2007)
Meu olho é um cacimbão
Enchendo barril e lata
Para regar o jardim
Onde vive a flor ingrata
Exalando um perfume
Amargo que me maltrata.
Léo Medeiros
Sobral, 10 de julho de 2007.
Fui visitar o Torrão
Que vivi na meninice
Os mais jovens nem me olhavam
E um velho amigo me disse:
– Não foste reconhecido
Porque voltaste vestido
No enxoval da velhice!
Autor: Wellington Vicente
Porto Velho, 20/07/2007.
E eu senti foi tontice
No meu corpo um calafrio
Depois que dei um mergulho
Na correnteza do rio
E uma adolescente
Perguntou-me sorridente:
– Me diga as horas meu tio.
Léo Medeiros
Sobral, 21 de julho de 2007.
Andei carpindo as paixões
Que se alastravam em meu peito
As paixões são como as ervas
Que se espalham pelo eito
Ou se mantém o controle
Ou é danoso o efeito.
Autor: Wellington Vicente
Porto Velho, 01/08/2007.
Paixão quando vem de jeito
Bate no peito da gente
Faz um buraco invisível
Deposita uma semente
Quando germina dá fruto
Que só quem ama é que sente.
Léo Medeiros
Sobral, 04 de Agosto de 2007.
A distância tem convênio
Com a santa inspiração
Que retira da saudade
A seiva da solidão
Industrializando versos
Que retratam meu Sertão.
Autor: Wellington Vicente
Porto Velho, 11/08/2007.
As gotas da inspiração
Vem duma nuvem saudosa
Que paira sobre o poeta
Perfuma a rima com rosa
Depois espalha o odor
No final de cada glosa.
Léo Medeiros
Sobral, 12 de agosto de 2007.